Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

PL, in "Correio do Vouga" - 2010.05.26

Ser “à portuguesa”… há 831 anos!

Em aniversário do nosso Reconhecimento – somo-lo de facto, e como que por direito internacional ao tempo, desde a Manifestis probatum, a bula emitida pelo Papa Alexandre III, em 23 de Maio 1179 – o último fim-de-semana cumpriu mais uma síntese do que pode ser característico do nosso sincretismo existencial como povo, isto é, a miscelânea de carácteres, fruto da diversidade das nossas proveniências e influências culturais(fenícia, celta, romana, judia, cristã, árabe,… africana): ousados, generosos, inconsequentes, apáticos!

À ousadia ( o que conjuga talento, eficácia, eficiência e resultados imediatos)

Não faltam relatos do nosso atrevimento no acervo da história. Agora reconheçamos que o mais mediático é José Mourinho – o Vasco da Gama de XXI.

É verdade, e é imperioso, portanto, reconhecê-lo, que em cada área de acção e desenvolvimento sócio-económico, não faltam exemplos de grande ousadia. Mas o poder do mundo reconhece de imediato quem se apresenta como ganhador, determinado e vitorioso. Não há tempo para dar tempo. Ou é ganhador ou é perdedor. E Mourinho é ganhador. Tem tudo para ser uma bandeira, ou um padrão, a ultrapassar o Cabo das Tormentas (se lá fosse!), lá na ponta sul da África.

À generosidade ( a sensibilidade emocionada, o abraço de causas)

Os milhares de portugueses que foram até à Covilhã com o intuito de expressar apoio a uns tantos rapazes que vão à África do Sul jogar futebol.

Pessoas anónimas no todo nacional mas que são a base de construção de um país, de um projecto, de qualquer coisa. Tiram o dia para que as vedetas sintam que representam muito mais do que valem. Isto é, tudo o que podem fazer nos chutos a uma bola ultrapassa a dimensão do desempenho individual ou dos prémios a receber.

À inconsequência (confiar no previsível como se não houvesse imprevisibilidades)

A Federação Portuguesa de Futebol e todo o gabinete técnico que, de forma despudorada, não atenderam à generosidade dos apoios.

Domingo à tarde, treino aberto ao público,… o que é que se esperava?! Invasão pela certa. E ainda bem, ou não?

Se calhar… ainda mal – pensarão e demonstram-no alguns iluminados: “que chatice aqueles portugueses!”. Não são sponsors, não é?

“Quê? Não ouvi assobios nenhuns.”- Hugo Almeida. “Estamos aqui para preparar o mundial” – Carlos Queirós

Quem são estes extra-terrestres que gozam na cara das pessoas?! Haja um aceno de simpatia. Dêem-se ao respeito, senhores!

À apatia (fiuuuuuu).

Por aqui nos ficamos. Assobia-se e pronto!

Até em tempo de grave crise, alguns membros do Executivo evocam este passado de apatia para assegurar que pode-se malhar forte em cima dos portugueses que eles não se mexem?!

Está tudo dito!

Como vai longe 1179!?

Volta Afonso (Henriques), até contra a tua própria mãe te ergueste!

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