Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

PL, in "Correio do Vouga" - 2009.09.22

A gripe e os subsídios

Na semana passada terminámos em passo acelerado - pode ter ficado essa ideia - com um salto para a Gripe A estando a abordar a Pátria, Zé Povinho e Subsídio-depedências.

Porém, pelo menos no plano intencional, não foi esse o propósito. O aceno aos momentos fundantes da Pátria (mas o que é a Pátria?) à figura da iconografia nacional que caricaturiza o traço do ser português apenas foram pretexto para o estado a que isto chegou (parafraseando Salgueiro Maia). E, continuando a incursão pela iconografia nacional, se na madrugada de 25 de Abril de 1974 o Capitão de Abril, mobilizando as tropas, afirma “há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos” … é necessário voltar à mesma atitude porque, por razões bem diferentes, o estado a que chegámos não é suficiente para alterar significativamente a vida das pessoas.

Actualmente há uma onda que se vem agigantando, tenebrosa, a ameaçar o futuro de todos. Diagnósticos e denúncias todos os sabemos.

Desde logo é necessária outra atitude, com recurso a uma expressão não menos célebre, de John F. Kennedy, em 1961, “não perguntem o que o vosso país pode fazer por vós, perguntem o que vocês podem fazer pelo vosso país”. É preciso querer.

Entre a postura diametralmente oposta estão, a título meramente ilustrativo, os comentários depreciativos, as críticas, as insidiosas insinuações sobre as medidas de prevenção contra a Gripe A.

Os “Velhos do Restelo”, a “esperteza saloia”, a “ignorância atrevida” e a “recreativa mendicidade nacional” juntaram-se para desfazer o que de prevenção (p-r-e-v-e-n-ç-ã-o) se pode fazer.

Os planos de contingência contra a gripe são, para quem os leva a sério, autênticas acções de formação transversal a todas as gerações e serviços. Portanto, um acto educativo.

E, recorrendo novamente a citações famosas, “se pensa que a educação sai cara, imagine o preço da ignorância...”!

Por fim, o estigma da subsidio-depedência.

Só como ilustração. Também nisto, surgiram os mendigos do costume e dos cosntumes, os mesmos que acham que os planos são exagerados, que mais ninguém no mundo está preocupado com a gripe, a criticar a insuficiência dos nossos impostos distribuídos pela Administração Central, para atenuar as despesas com tais medidas.

Está todo o mundo louco ou quê? Em que ficamos. Está mal ou é um bem?

Melhor será ir uns dias à sala de isolamento para, aproveitando a pausa profilática, ponderar

o que podemos fazer juntos para dar a volta ao estado a que chegámos.

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