E agora… férias!
Como terá surgido esta questão das férias? Serão sinónimo de descanso, como normalmente se faz crer?
Parece que este período do ano (de tão esperado, de tão gozado e de tão rapidamente passado?!) tem um valor acrescentado, isto é, maximizado para além das reais potencialidades, quem sabe?
Ao sabor da pena, da caneta, isto é, da esferográfica, o mesmo será dizer… do teclado, alinham-se algumas ideias com tanta pertinência como as dos reais períodos de descanso de quem anda, ou gostaria de andar, por aí, mesmo enclausurado nas responsabilidades de um qualquer gabinete.
Algumas notas deste andamento…
A necessidade de férias acompanha o emergir da revolução industrial, da luta de classes, da necessidade de criar o direito às férias, ao descanso. Muito provavelmente porque nesse estádio não haverá trabalho nem trabalhador já que o trabalho assalariado é tido como semelhante a uma escravidão, onde o trabalhador é impelido à escravidão pela pobreza, pela necessidade de aceder à sobrevivência. Essa a escravidão do salário, segundo os ideólogos da luta de classes, só será abolida com o fim da propriedade privada sobre os meios de produção. Após isto, todos poderão ter acesso aos recursos necessários para ganhar o próprio sustento, sem a necessidade de se submeter à exploração de terceiros.
As férias darão a igualdade, porventura. Serão um mal menor; um período de tempo para usufruir do ganho sem trabalho, da distribuição da riqueza produzida. Talvez! E neste contexto, importa não esquecer que o 13º mês surge em Portugal… com o 25 de Abril!
A busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Revolução Industrial conduziu a uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos que culminaram, mais tarde, na eclosão das duas Grandes Guerras.
Para aproximar os povos, o conhecimento das suas culturas, a aceitação das diversidades,… a Sociedade das Nações estimula as deslocações, o conhecimento dos vizinhos,…o gozo das férias, no que poderíamos chamar, “vá para fora mesmo”!
E como a economia manda… vá para fora e gaste! Relaxe, usufrua, gaste,… não seja escravo do trabalho,… descanse!
Descanse!? Uns dias no ano?!
Descanso, descanso não será o repartido? Do género de, em vez de 22 dias seguidos (mais ou menos, conforme os casos), não seria preferível três ou quatro no mês?! Fins-de-semana de três dias?! Parece lógico e fundamentado para efectivo descanso! Alguns dias de trabalho interpolados com alguns de descanso. Seria mais rentável para a recuperação física e mental, não?
Ah! Pois, não poderia ser! Esquecemos a (in)capacidade de produção numa circunstância destas.
A economia lá sabe!
Descanse, gaste, vá para fora, circule, mexa-se,… já que não pode ser ao gosto de cada um, aceite-se a luta de classes… ou não!
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