Ecce Euro!
No Sábado passado, dentro das profecias que se cumprem, “ano após ano”, sob os auspícios da organização europeia da modalidade “futebol”, iniciou-se mais uma fase final do campeonato europeu de selecções nacionais de futebol.
A evidência é tão conhecida e óbvia que é desrespeitoso toda a explicação de entrada. Porém, é feita em sinal de consideração por todas as outras modalidades, as que são menos conhecidas popularmente e as que, mesmo sendo populares, não têm tanta visibilidade.
Esta competição, por ser de selecções, é um pouco menos sectária, portanto, mais global e globalizante. Este fenómeno chega até nós motivado por brasileiros. Primeiro Otto Gloria, agora Scolari e os atletas brasileiros que jogam por Portugal.
Aparentemente nada de novo também!
Então, onde estará o ponto-mais neste apontamento?
No achamento que o Brasil faz deste povo autóctone, mescla de celtas, romanos, visigodos, judeus, muçulmanos,… há dois descobrimentos:
É do Brasil que vem a nova alma lusa!
O Velho do Restelo ainda não cessou de cantar o seu fado mal andado. E, perdidos neste emaranhado de “ruelas sombrias” e “casas de fado”, de vias com pouca saída e de dúbio sentido, não se encontra qualquer desígnio que galvanize! A modéstia nacional não permite exaltar os feitos, quem quer “cantar mais alto” tem de cantar no recato do seu canto ou cantar de fora para dentro! Portanto, rasgar o horizonte com velas bem espraiadas ao vento não é coisa para portugueses. Se sim é vitupério, se não é falsa modéstia. Entre estas duas mós do nosso moinho tritura-se a história lusa!
É do Brasil que vêm razões para a nossa esperança!
Os homens da nova gesta são o Scolari, o Murtosa, o Pepe, o Deco,…! Perdoados por não terem nascido aqui, fazem acreditar um punhado de cidadãos do mundo que ser português é ser universal! E, com novo retoque e sotaque, até a “Portuguesa” ganhou outra musicalidade nas contas do futebol. Redescobriu-se que há mais vida para além dos quintais (clubes) nacionais! E, apesar de alguma possibilidade sempre aberta para o futuro, quando chegam estes momentos de fases finais, ergue-se novamente a trombeta da desgraça, e vive-se, por antecipação, o sentimento de orfandade: como será depois do Brasil partir?!
Talvez voltem os que sempre cá estiveram a privilegiar o caciquismo mal parado?!
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