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EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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terça-feira, 13 de novembro de 2007

PL, in "Correio do Vouga" - 07.11.13

O caminho do fim

Os recentes acontecimentos desportivos que se têm manifestado em Itália – os tristes acontecimentos, melhor dizendo! – encaminham a nossa reflexão para o inevitável, isto é, para o fim de uma era; a era tribal!
Não é menos importante sublinhar que o homo-sapiens, do qual já pouco resta, fez o itinerário histórico sobre os princípios do domínio da razão sobre o “brutus”, a massa arracional, que caracterizou muito da era da pedra, o homem que dominou a natureza e os que dela faziam parte e a constituíam, através da arte de manusear as ferramentas rudimentares, como um simples “sílex”! Esse homem, o da razão, parecia caminhar para o apogeu, que as “luzes” suscitaram e o século XX desvaneceu. E como já é recorrente desmantelar o homem da razão pelo “associabilis”, estamos , portanto, a regressar ao uso do rudimentar, do calhau usado por cabeças de calhau, para impor a lei do mais forte.
Mortes por causa de um jogo? Não!?. Não pode ser mas é! Trata-se de uma luta de tribos, com toda a simbólica que lhe é dada, à manifestação tribal.
Não espantará que tenhamos de repudiar alguns actos, por muito que nos possam chocar agora, por preocupante canibalismo! Claro, depois de morta a presa… para que serve!?
Caminhamos para o fim! Sim, o fim do era humana. Depois disto… a manifestação da natureza far-nos-á caminhar para a montanha e imolar aos dos nossos aos deuses! Pintaremos a cara, o corpo inteiro, e, dominados pelos chefes tribais, sem história nem memória na tribo humana, vamos enfilar-nos para, de forma seguidista, gritarmos histericamente por morte ao que se opõem às nossas cores.
Por fim,… tudo estará consumado! A natureza encarregar-se-á dos que restam: a terra deixará de existir!
E depois de todo este pretenso apocalipse, o que se poderá esperar?
Apenas acordar no dia seguinte e, com pequenos gestos que farão a diferença, voltar a iniciar o caminho que inverta a marcha dos que já não suportam viver com os outros! Só isso, é preciso viver e saber conviver com a diversidade, mesmo com a diversidade que se chama… ser humano – curioso, “ser” ser humano é a maior teofania da criação: à imagem e semelhança de Deus. Ou será que Deus ou os hagiógrafos se enganaram? Não somos tão bons assim?!