Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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terça-feira, 8 de março de 2016

A mulher





A evocação presente por um dia assinalado não é de aceitação incontestável. Há mulheres que concordam, há mulheres que discordam. Há opiniões divergentes e complementares nos vários espaços sociais. Contudo, continuam a existir desigualdades, o que nem é exclusivo ao 8 de março! Merece, no entanto, que sejam eliminadas todas as barreiras de discriminação negativa: as fronteiras que matam a dignidade, isto é, assumindo o pensamento de Kant (1724-1804), o valor de que se reveste tudo aquilo que não tem preço, ou seja, que não é passível de ser substituído por um equivalente. Dessa forma, a dignidade é uma qualidade inerente aos seres humanos enquanto entes morais e éticos. A dignidade é totalmente inseparável da autonomia para o exercício da razão prática.
Sem voltar à história (do dia) – já o fizemos outras vezes – enalteçam-se, neste, todos os movimentos que suscitam caminhos de aproximação, de encontro e reencontro que recuperam tudo quanto se é em sim mesmo (como o (i)mortaliza “O Que Tu És...”, de Florbela Espanca, no “Livro de Sóror Saudade") para transformar a realidade envolvente:

És Aquela que tudo te entristece
Irrita e amargura, tudo humilha;
Aquela a quem a Mágoa chamou filha;
A que aos homens e a Deus nada merece.

Aquela que o sol claro entenebrece
A que nem sabe a estrada que ora trilha,
Que nem um lindo amor de maravilha
Sequer deslumbra, e ilumina e aquece!

Mar-Morto sem marés nem ondas largas,
A rastejar no chão como as mendigas,
Todo feito de lágrimas amargas!

És ano que não teve Primavera...
Ah! Não seres como as outras raparigas
Ó Princesa Encantada da Quimera!...

(PS: a propósito deste dia 8 de março de 2016, sugerimos uma visita ao trabalho da Lusa sobre os dados do portal estatístico Pordata, da Fundação Francisco Manuel dos Santos)

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