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quarta-feira, 20 de março de 2013

Uma nova primavera quando se mata para comer

 
O mundo é conduzido, pese o facto do realismo talvez exacerbado, nomeio de muita bruma. Bulcões ameaçadores erguem-se no horizonte. – E não é caso para menos!
Sobre esta ditadura da “Finança”, dominada por agiotas que liquidaram a democracia e a legitimação do poder pelos cidadãos, tudo é taxada, sob e sobretaxado em nome das metas do deficit. É necessário pagar a quem se deve mas será legítimo matar (tudo) apenas para alguns comerem?! É imperioso colocar a questão, tal como temos insistido. Isto está a fazer lembrar uma caçada do tempo do Absolutismo!?
Às vezes, dados os rumos protagonizados, somos levados á tentação de pensar nos alertas de Eisenhower “Nas assembleias parlamentares, devemos ter cuidado com o crescimento da influência, tanto clara quanto oculta, do complexo militar-industrial. Há um risco de que cresça desastrosamente o poder nas mãos de pessoas erradas, e esse risco continuará a existir no futuro. Não devemos permitir que o peso dessa mistura de poderes ponha em perigo as nossas liberdades ou os processos democráticos. E não devemos achar nada óbvio: apenas cidadãos vigilantes e bem informados podem impor um equilíbrio adequado entre a enorme máquina militar-industrial e nossos métodos e objetivos pacíficos, a fim de que a segurança e a liberdade possam prosperar juntas.” (17 de janeiro de 1961). É a primeira vez que se utiliza a expressão “complexo militar-industrial” para indicar um agregado de interesses capaz de influenciar a política interna e externa dos Estados Unidos da América.
O complexo militar-industrial gera receitas, dinheiro que escraviza, mata, atrofia, esgota recursos, cria tensões sociais, anula a legitimação do poder, … tudo em nome do lucro!
Entre vários cúmulos, está (agora) o caso cipriota: uma taxa especial sobre as poupanças?! É uma vergonha. Trata-se de ir roubar aos pobres o pouco que conseguem poupar. Os que têm muita “poupança” já fizeram as acauteladas deslocações para os “paraísos” do mundo!
Contudo (se é mesmo com tudo?!), na introdução a este período “antes do verão” consolida-se a primavera, tanto mais que quando a 8 de Dezembro de 1965 se celebrava, na Praça de São Pedro, em Roma, sob a presidência do Papa Paulo VI, o encerramento do Concílio Vaticano II, considerado o maior acontecimento eclesial do século XX, despertou uma nova primavera na Igreja, reconduzindo-a à frescura da fonte original do cristianismo e, por outro lado, abriu-a à novidade da cultura do mundo moderno. Desde essa data, os documentos conciliares, tem sido a bússola que guia a ação da Igreja – aludiu então José Luis Martín Descalzo. A primavera de então, pelo equinócio, pelos resultados do Conclave, pelos gestos iniciais do Papa, pela natureza que inspira o nome escolhido (Francisco) dão indicações de estarmos perante uma nova era; que o seja!
(Jornal “Correio do Vouga”, 2013.03.18)






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