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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Carreiras e classe

 
Muitas vezes somos confrontados com algumas expressões que, usadas na oralidade das conversas, até soam a sinónimos. Porém, quando refletidas na escrita, rapidamente sentimos que há divergências indissociáveis.
Carreiras há muitas, enquanto que para haver classe, quer no sentido mais prosaico quer na significação mais nobiliárquica do termo, é preciso muita elevação, conhecimento dos pormenores, competências profundas para discernir o essencial do acessório sem perder a visão do conjunto e as finalidades do todo, mesmo quando, em alguns momentos, seja necessário conter a disponibilidade para a satisfação da parte, de um indivíduo, para não baquear em arbitrariedades.
O que se vem a notar é a opinião do indivíduo a turvar o coletivo, a distorcer a realidade por mecanismos de projeção de frustrações próprias ou vontade deliberada de satisfação do próprio ego. Portanto, até para destruir uma simples carreira é preciso muita classe! A melhor medida para a compreensão destas coisas serão sempre os factos, a evidência, mesmo quando deliberadamente se tenta distorcer ou ignorar.
Dado que os canais de difusão da opinião estão abertos ao mundo e, sabe-se lá com que interesses, em vez de possuírem estatuto de autenticidade, assumem logo à partida “estatutos editoriais”, chamemos-lhe assim, que favorecem aquilo que recentes programas de humor chamaram (ou denominariam) achincalhamento!
Uma ilustração, “por opção editorial, o exercício da liberdade de expressão é total, sem limitações, nas caixas de comentários abertas ao público disponibilizadas pelo … [nome do meio de comunicação]. Os textos aí escritos podem, por vezes, ter um conteúdo suscetível de ferir o código moral ou ético de alguns leitores, pelo que [nome do meio de comunicação] não recomenda a sua leitura a menores ou a pessoas mais sensíveis.
As opiniões, informações, argumentações e linguagem utilizadas pelos comentadores desse espaço não refletem, de algum modo, a linha editorial ou o trabalho jornalístico do [nome do meio de comunicação]. Os participantes são incentivados a respeitar o Código de Conduta do Utilizador e os Termos de Uso e Política de Privacidade […].
O [nome do meio de comunicação] reserva-se o direito de proceder judicialmente ou de fornecer às autoridades informações que permitam a identificação de quem use as caixas de comentários em [nome do meio de comunicação] para cometer ou incentivar atos considerados criminosos pela Lei Portuguesa, nomeadamente injúrias, difamações, apelo à violência, desrespeito pelos símbolos nacionais, promoção do racismo, xenofobia e homofobia ou quaisquer outros”.
Portanto, até porque estamos no verão, em vez de se prevenir o “incêndio” abrem-se as portas a tudo. Depois, se houver problemas, cada um tratará por si a desgraça!
Voltando ao assunto, é preciso ter classe até no uso que se faz do bom nome da liberdade; caso contrário, continua a valer tudo para assegurar as carreiras! E tudo isto porque continua válida a máxima, considerada de autor anónimo, há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.
(in Correio do Vouga, 2012.07.18)









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