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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Putrefação

 

A diminuição do analfabetismo em Portugal, o ideário republicano que completou (quase!) o ciclo ao fim de 100 anos, pode não ter proporcionado, isto é, não proporcionou mesmo, ao país os índices de desenvolvimento que seriam esperados e que, noutras sociedades e soberanias, tem ajudado a fomentar. Mais uma vez não conseguimos rentabilizar o investimento e a máxima de que “é cultural” não serve, não colhe. Primeiro porque isto é tudo menos cultura ou cultural, é disparate puro, calaceirice, marasmo, inoperância; depois, porque mesmo sem o conhecimento a que se pode aceder hoje já fomos (qualitativamente) mais. Porém, continuar a olhar para o passado glorioso pode concorrer para pararmos ainda mais em êxtase perante a obra feita, vale bem mais a pena lutar por uma purga, uma limpeza cultural.

Com isto e com o que referimos já de seguida, remetemos para a necessidade de recordar que o país já sabe ler; que a comunicação, mais bem tratada ou incentivada por interesses de sobrevivência ideológica ou comercial, está atenta e informa, dá razões de leitura.

As notícias, acontecimentos, ideias com mais impacto do que outras. Normalmente as razões não estão apenas centradas no ponto de partida ou no conteúdo em sim mesmo; há fatores endógenos, que são o interior, o centro do assunto, do acontecimento, e exógenos, os que influenciam externamente para que tal aconteça e, esses, uns e outros, acabam por gerar o “caldo” que determina tudo o resto. Isto é, a importância, a aparência, a mais-valia ou desprezo.

Portanto, já não é suficiente dizer que há grupos secretos (Maçonaria, Carbonária, Opus Dei, Partidocracia,…) ou menos secretos (Banca, Indústria dos Combustíveis, Offshores, Oliverdesportos, Fatura da EDP, Taxas associadas à fatura da água, Investimento Chinês,…) a manobrar a nossa vida. Isso é assim há muito, desde Adão e Eva. É preciso reconstruir com novos valores uma geração. E, no ano europeu do envelhecimento ativo e solidariedade entre gerações, seria interessante podermos conseguir algo nesse sentido: aprender com os erros do passado e varrer os corredores de muitos espaços de poder e decisão.

(in Correio do Vouga, 2012.01.11)

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