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terça-feira, 26 de outubro de 2010

PL, in "Correio do Vouga" - 2010.10.26

 

O Estado… do meu umbigo!

Já não é a primeira vez que abordamos a “Questão do Estado”!

Porém, numa altura que colhemos os malefícios destas armadilhas que o Estado é, temos de rever o paradigma de organização das pessoas num determinado território. Entre imensos elementos de fundamentação desta ideia, recorremos a um artigo, de 2006, do Prof Boaventura Sousa Santos “a relação do Estado com os cidadãos é complexa porque, ao contrário do que pretende a teoria liberal, o Estado não reconhece apenas cidadãos, reconhece também os grupos e classes sociais a que eles pertencem. Como estes grupos e classes têm uma capacidade muito diferenciada de influenciar o Estado, a igualdade dos cidadãos perante o direito e o Estado é meramente formal e esconde desigualdades por vezes gritantes”.

As desigualdades gritantes é que desmotivam a nossa motivação.

Mas esta demissão, ou aparente desinteresse pelas matérias de todos, têm mais a ver com o posicionamento de cada um face ao bem comum (esse será o valor absoluto das organizações do Estado) do que da boa ou má gestão que se faz da “coisa pública”.

Quando Kennedy, no discurso da tomada de posse, em 20 de Janeiro de 1961, como que declinou o compromisso do país sobre cada um acentuando o que cada um deve fazer (não pergunte o que a América pode fazer por cada um. Pergunte o que é que cada um poder fazer pelo país) colocou a diacronia da história social e política num novo itinerário, num novo percurso, aquele que nos falta fazer.

O individualismo do momento esgotou energias, liquidou recursos.

Se não temos futuro de outra maneira, só falta unirmo-nos para traçar algo que nos dê dignidade e outra forma à nossa existência.

Só há um caminho, o de trabalhar de forma resoluta.

Como? Cinco passos para sairmos disto: Primeiro, retirar os olhos do umbigo!

Segundo, predispor-se a fazer o que menos custa para chegar longe: saber ler e saber mais!

Terceiro, escolher os que têm mais capacidade para governar!

Quarto, aceitar ser governado! Ter o direito de ter deveres!

Quinto, discordar mas nunca voltar para trás, isto é, abdicar de vencer os quatro passos anteriores.

É que isto que é de todos, é tratado (erradamente) como se não fosse de ninguém! E, se não conseguirmos ver o que ganhamos todos por trabalhar mais, por ser mais Estado, pelo menos tenhamos consciência do que perdemos todos ao fazer pouco.

Ao Estado queremos dar pouco e mal, do Estado queremos tudo, e do bom e do melhor!

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