Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

Páginas

terça-feira, 4 de março de 2008

PL, in "Correio do Vouga" - 2008.03.05

Protesto!

O espaço mais democrático que existe é como assistência, em multidão, de plateia desportiva.

O grupo protege-se! É reflexivo na essência; mesmo os que não pensaram ou não quererem ser integrados nessa situação, pelo facto de se ser espécie é grupo, parte do direito ao individual. Pode-se centrar a questão no campo das ideias e perceber o confronto ideológico entre os (direitos) universais e os particulares. Platão concebeu os universais como seres transcendentes, ("antes das coisas"): a existência de universais não depende da existência de indivíduos que os exemplificam. Aristóteles, ao contrário, defendeu uma teoria de universais como seres imanentes, ("nas coisas"): não podem existir universais a menos que existam indivíduos nos quais esses universais se exemplificam. Ora é claro que, as distinções centrais entre o realismo transcendente de Platão e o realismo imanente de Aristóteles é que um platónico admite, e Aristóteles não admite, a existência de universais não exemplificados.

No contexto desta reflexão, uma das hipóteses possíveis, quando em multidão, é que há uma síntese imanente e transcendente. Mesmo que a pessoa não queira, pelo facto de existir, muito mais ali (plateia), já está, na nossa opinião, a ser síntese da exemplificação de universais – que condicionam a vontade de cada um! – e cada um é universal.

Portanto, só se é em grupo, em multidão! Eu “sou” todos!

Como?

No campo conceptual, na profundidade das coisas, é assim mesmo. Apetece protestar, não é? Mas não há alternativa.

Em conclusão, cada vez que alguém protesta, individualmente ou em grupo e pelo grupo,… não protesta sozinho, protesta pela universalidade dos indivíduos.

Por isso, cada professor na rua, cada adepto no campo de futebol, cada barricado da vida “são” eu também… mesmo quando se discorda de quem está a discordar!

O que se pode fazer só por existir?!

Sem comentários: