Várias “passagens” (os acontecimentos de Bruxelas à cabeça) estão
a provocar espanto! Vê-las à luz de outra Páscoa tornará o assunto um pouco
mais compreensível? “Algumas coisas são explicadas pela ciência, outras pela
fé. A Páscoa ou Pessach é mais do que uma data, é mais do que ciência, é mais
que fé, Páscoa é amor.” - Albert Einstein
Sente-se tanta interpelação, pura perplexidade,
incredulidade:
Ter-se-ão invertido os papéis (desempenhos, princípios,…) na
ordem das coisas? Poderá ser sinal de evolução, avanço da cultura e das
civilizações, sinal dos tempos (de cada tempo),…?! Pode ser tudo e tudo ser
muito bom! Porém, há duas questões fundamentais que continuarão a sê-lo
(fundamentais): sobre a legitimidade do poder de ordenar? Qual é a ordem certa?
Partir da premissa que há lugar para esta discussão já é
admitir outra coisa que não o caos, a desordem, a anarquia!
Portanto, assumamos que há uma natureza (com maiúscula para
quem aceita ir além do imanente) que dá equilíbrio à vida de cada dia no seio
do conjunto para que possa ser vislumbrado um fio condutor na procura da
harmonia, da convivência da diversidade, no equilíbrio das espécies! E isto é
sagrado!
Sim, o encontro do sagrado tem de ser fixado na busca da
fraternidade, do amor (nas palavras de Einstein), como a Ressurreição triunfa
sobre o calvário, os calvários em duas epifanias:
Sobre Bruxelas, com certeza um choque de futuro, recordando
Alvin Toffler, se pensarmos como estados teocráticos lidam com a diversidade
religiosa, cultural,… [Foi notícia em novembro do ano passado que a Arábia
Saudita decretara pena de morte para quem usasse, transportasse, tivesse em seu
poder a Bíblia?!];
Sobre o dia-a-dia, nestes momentos de matriz cristã em que
até os Dias Santos/ feriados são repostos, o que é sagrado agora – logo agora!?
– é o descanso, são as férias, é a viagem a fazer,… tudo o que é profano!
Portanto, o profano, finalmente, consuma-se: confunde-se com o sagrado!
Teremos chegado, então, ao fim da história/parusia?!
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